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Em uma sala de aula de matemática da Centennial Middle School, o professor de matemática Micah Wheatley está fazendo o que muitos consideram impossível: ele faz com que as crianças se interessem por matemática e, mais importante, acreditem em si mesmas. 

As notícias correm pelo distrito, e vários especialistas recomendaram visitar Wheatley para ouvir sobre seu curso. Estamos felizes por termos aceitado a sugestão deles. 

Os alunos que entravam em sua sala de aula durante nossa entrevista pareciam animados. A alegria de viver irradiava pela sala, emanando do próprio Wheatley - no entanto, é mais do que apenas os cumprimentos, sorrisos e piadas que ele compartilha com seus alunos (embora isso também seja importante); ela surge de uma crença profunda e fundamental de que toda luta é uma oportunidade e que a perseverança é mais importante do que a perfeição. 

"Nós falamos sobre a ideia de que não importa onde você esteja, é onde você está. Quero que os alunos se sintam confortáveis com o processo de aprendizado", diz Wheatley. "O processo de aprendizado é uma luta. Por isso, a maioria dos alunos desiste quando tem dificuldades porque vê outra pessoa que não tem as mesmas dificuldades que eles."

A abordagem de Wheatley está enraizada no que ele chama de "poder do ainda", uma ideia que ressalta cada interação e lição que ele ensina. "Tenho uma placa em minha parede que diz 'o poder do ainda'. Se um aluno diz: 'Não consigo fazer isso', eu o lembro: 'Você ainda não pode fazer isso'. Esse "ainda" é tudo. É um lembrete de que o aprendizado é uma jornada, não um destino."

Desde o primeiro dia, Wheatley define o tom para um ambiente colaborativo e baseado em pesquisas que valoriza o processo em detrimento do produto. Em vez de se aprofundar em padrões curriculares ou equações algébricas, Wheatley passa as primeiras semanas conhecendo seus alunos. Ele estabelece normas que promovem um senso de segurança e aceitação, pré-requisitos essenciais para o rigoroso trabalho acadêmico que está por vir.

"Temos trabalhado muito com o aprendizado baseado em pesquisas e com o ensino em um ambiente em que o processo de pensamento é mais importante do que a resposta. Eu concordo com isso há muito tempo", explica Wheatley. "Quero que os alunos se sintam à vontade em minha sala de aula e sintam que querem participar. Quero que eles saibam que suas ideias são valiosas."

Uma das formas de conseguir isso é por meio do trabalho em grupo estruturado, que é a base de sua estratégia pedagógica. Ele organiza os alunos em grupos de mesa, incentivando-os a lidar com problemas complexos e abertos. 

"Eu peço a eles que falem sobre um problema. Não estou treinando-os ou dando-lhes a solução. Quero ouvi-los discutir o problema. Volto a me aproximar e conversamos sobre o ponto em que estão e o que descobriram. Nunca digo a eles se estão certos ou errados - apenas pergunto como se sentem a respeito."

Essa ambiguidade deliberada é uma medida eficaz e adequada para uma aula de matemática colaborativa: os alunos começam a ver a sala de aula não como um lugar para obter respostas rápidas, mas como um laboratório onde as hipóteses são testadas, refinadas e, às vezes, até abandonadas em busca de uma compreensão mais profunda. 

Wheatley não quer que eles se concentrem em estar certos. Ele quer que eles se concentrem em pensar criticamente e comunicar suas ideias.

"O importante é que eles estejam participando, que estejam se esforçando e que estejam gostando da luta", continua ele. "Fico orgulhoso deles porque estão se esforçando. Eu lhes dou um aperto de mão quando saem. Digo a eles que os amo. Quero que saibam que seu valor não está ligado ao fato de acertarem a resposta, mas de estarem engajados e dispostos a tentar." 

A sala de aula de Wheatley, claramente, não trata apenas de matemática; trata-se de moldar uma mentalidade que servirá aos alunos muito além do ensino médio. 

Ele frequentemente compartilha conceitos de sua formação educacional - um mestrado em engenharia mecânica - para apoiar sua filosofia de que o sucesso tem tanto a ver com resiliência e perseverança quanto com ter a resposta final. "O importante não é a resposta, mas a pergunta", diz ele a seus alunos. "Se as crianças tiverem uma pergunta e quiserem saber a resposta, elas a encontrarão." Seu trabalho, explica, é levar os alunos a se questionarem.

A sala de aula de Wheatley é uma sala onde os alunos moldam ativamente seu aprendizado. Os alunos do ensino médio conectam conceitos abstratos a cenários do mundo real, muitas vezes gerando ideias que vão além de seu ensino. Ele se lembra de um momento em que uma aluna comparou números negativos e positivos a um jogo de cadeiras musicais - uma metáfora que imediatamente repercutiu entre seus colegas. 

"Acabamos chamando-o de 'Método da Abigail'", diz Wheatley com orgulho. "Ele não precisa vir de mim. Quando os alunos criam seus métodos e ensinam uns aos outros, é quando acontece o entendimento real e de alto nível." 

Depois de quase 19 anos na Centennial Middle School, Wheatley continua tão apaixonado pela arte de ensinar como sempre foi, mesmo quando os desafios do ensino evoluíram. Desde o trabalho com alunos que entram em sua sala de aula com medo de matemática até aqueles que precisam de correção intensiva, a abordagem compassiva e centrada no aluno de Wheatley nunca mudou. Ele garante que cada aluno se sinta visto, ouvido e valorizado.

"Eu digo às crianças: 'Vejam, vocês são bons na matemática que sabem. Talvez você ainda não saiba tudo, mas vamos superar a ideia de que você não é bom em alguma coisa'", diz ele, radiante. "Eu ensino os alunos que adoravam matemática, mas que foram deixados para trás em algum ponto do caminho. Eles precisavam de uma chance para mostrar o que sabem e construir a partir daí."

É esse foco no crescimento e na positividade que faz da sala de aula de Wheatley um ambiente em que os alunos não têm medo de se esforçar. Mesmo aqueles que antes tinham medo de matemática saem orgulhosos de seu progresso, independentemente do ponto de partida.

Fora da sala de aula, Wheatley criou uma ampla rede de apoio para seus alunos. Por meio de parcerias com a comunidade e subsídios do DonorsChoose, ele acumulou um tesouro de incentivos - certificados de presente para Jamba Juice, Burger King, Cafe Rio e outros - para reconhecer a perseverança e a participação dos alunos.

Ainda assim, argumentamos que a verdadeira recompensa não é tão tangível, mas mais duradoura do que qualquer cartão-presente; é o que acontece quando os alunos começam a acreditar em si mesmos, quando começam a pensar: "Ainda não consigo fazer isso, mas farei", como diz Wheatley.

O objetivo de Wheatley é simples, mas é profundo e corre nas veias de todos os grandes educadores de Provo: criar uma sala de aula em que os alunos se sintam valorizados, desafiá-los a pensar por si mesmos e promover o amor pelo aprendizado além do conteúdo.

Obrigado, Micah Wheatley, por nos mostrar que o aprendizado não tem a ver com as respostas que obtemos, mas com as perguntas que ousamos fazer.

Spencer Tuinei
  • Especialista em comunicação
  • Spencer Tuinei
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